Pensa que o seu Q.I. lhe
deveria ter arranjado um grande emprego, oportunidades ilimitadas, e
muito sucesso? Pense melhor. Evidências crescentes revelam que a maior
parte do sucesso é, na realidade, determinado pelo Q.E. – o seu
quociente de inteligência emocional – e não pela sabedoria que adquiriu
nos livros.
Embora o seu primeiro emprego, ao
sair da faculdade, esteja, provavelmente, relacionado com o seu Q.I., a
que posição ascenderá nesse trabalho relacionar-se-á mais com o seu
Q.E..
A grande maioria do nosso sucesso final na vida não é determinada pelo Q.I., mas por outros fatores.As emoções descontroladas podem
fazer com que até os indivíduos mais inteligentes se comportem de
maneira que não é lá muito inteligente.
Há uma
publicidade de um popular Web site mostrando dois adolescentes dos anos
70, ladeados pelo comentário “Ela casou com ele? E têm sete filhos?”. A
publicidade dá relevo às banalidades com que muitas pessoas se depararam
na reunião de antigos alunos: a vida das pessoas nem sempre se
transforma naquilo que esperavam. Em termos de inteligência, as pessoas
com Q.I.'s elevados são normalmente consideradas como “prováveis
sucessos” – mas nem sempre isso acontece. Por outro lado, outros que
tiveram resultados académicos medíocres, acabam, muitas vezes, por se
tornar grandes vencedores no mundo profissional.
Como é que isso
acontece?
Enquanto o Q.I. pode contribuir com até
20% para os fatores que determinam o sucesso na vida, os restantes 80%
são determinados por outras forças. Por outras palavras, a grande
maioria do nosso sucesso final na vida não é determinada pelo Q.I., mas
por outros fatores. Um estudo com diplomados de Harvard na área da
advocacia, da medicina, da pedagogia, e da administração de empresas,
apoia esta conclusão: a média de entrada-exames (que deveria indicar o
Q.I.) não tinha qualquer relação com o eventual sucesso na carreira.
A razão por detrás deste facto
surpreendente é simples: o sucesso na vida baseia-se muito mais no Q.E.
(quociente de inteligência emocional) do que no Q.I. (quociente de
inteligência). As emoções descontroladas podem fazer com que até os
indivíduos mais inteligentes se comportem de maneira que não é lá muito
inteligente.
Em anos recentes, o impacto da
inteligência emocional no sucesso futuro tem sido um tópico quente nos
círculos psiquiátricos, e o conceito é apoiado por uma sempre crescente
quantidade de investigação científica.
Características do Q.E. elevado
Portanto, o que é, exatamente, o Q.E.? É um
conjunto de características que a investigação confirmou serem
essenciais para uma vida bem-sucedida e agradável. As pessoas que têm um
Q.E. elevado controlam as suas emoções e os seus impulsos. São dignas
de confiança, honestas, conscienciosas, fidedignas e responsáveis. São
flexíveis e capazes de se adaptar às mudanças. Estão abertas a críticas
construtivas, inovações, novas ideias, novas abordagens e informações.
Estão conscientes dos limites das suas capacidades e têm expectativas
razoáveis. A sua inteligência emocional tem provado ajudá-las a pensar
com mais clareza, a comunicar melhor, a reduzir afirmações polarizantes,
e a desenvolver a unidade em reuniões de grupo. Estas capacidades são
particularmente cruciais no atual ambiente de trabalho orientado para o
conhecimento, onde a harmonia dos esforços de equipa é mais importante
do que nunca para o sucesso organizacional.
Sete maneiras de melhorar o seu Q.E.
1. Mexa-se!
O exercício aeróbico regular tem provado reduzir a ansiedade, melhorar
o humor, e ajudar as pessoas a manterem-se calmas em situações de
stresse.
2. Coma muitos vegetais.
Uma alimentação baseada em vegetais com quantidades suficientes de
triptofano, tirosina e ómega3, podem ajudar a recuperar de uma depressão
maior e de ansiedade. Além disso, melhora a clareza de pensamento e os
resultados escolares.
3. Deixe o Sol brilhar
Luz solar suficiente melhora os níveis de vitamina D e de serotonina cerebral, levando a um melhor humor.
4. Feche os estores e vá para a cama.
Uma quantidade de sono adequada, num ambiente escuro, melhora os
níveis de melatonina noturna, que, por seu lado, ajuda a elevar os
níveis de energia e memória.
5. Ligue a música.
Ouvir música melodiosa, harmoniosa, música sacra com sons divinais
melhora o humor, reduz o stresse, baixa os níveis de cortisol e melhora
as funções cerebrais.
6. Não acredite em pensamentos distorcidos.
Analisar os seus próprios pensamentos à procura de distorções e
corrigir os pensamentos errados melhora drasticamente a inteligência
emocional.
7. Medite nas Escrituras.
Ler, analisar e meditar nas histórias da Bíblia pode aumentar as funções
do lobo frontal do cérebro, melhorando, assim, a inteligência
emocional.
Inteligência é maturidade
Aquilo a que, realmente, nos referimos, é
maturidade emocional – uma abertura e disponibilidade para desenvolver,
crescer e ser maduro na forma como lidamos com os outros e connosco
próprios. Nos relacionamentos pessoais, a pessoa com elevado Q.E. tem a
capacidade de se distanciar da sua reação emocional a um acontecimento
aborrecido e de olhar com lógica para o que está, realmente, a
acontecer. A sua honestidade permite-lhe compreender outros pontos de
vista, bem como potenciais soluções para o problema.
Embora o seu primeiro emprego ao sair
da faculdade esteja, provavelmente, relacionado com o seu Q.I., a que
posição ascenderá nesse trabalho relacionar-se-á mais com o seu Q.E..
Muitas vezes, as pessoas com elevado Q.I. não compreendem isto. Pensam
que a razão por terem sido preteridas numa promoção é que o resto do
mundo não tem inteligência suficiente para reconhecer o seu Q.I..
Sentem-se, muitas vezes, desprezadas, ou que a vida é injusta. A verdade
é que os chefes reconhecem a inteligência quando decidem as promoções.
Só que a inteligência que é reconhecida é o Q.E..
No local de trabalho, os indivíduos com
um Q.E. elevado compreendem as suas emoções e os seus sentimentos e
conseguem expressar, controlar e gerí-los. Normalmente, compreendem os
sentimentos e pontos de vista dos outros, e têm mais facilidade em
perceber a dinâmica de um grupo e o seu papel nesse grupo. Estão
dispostos a adiar a gratificação a favor de um bem maior. Também é
provável que se motivem a atingir objetivos e a manter uma atitude
positiva, mas realista. Como resultado, são, muitas vezes, promovidos
mais rapidamente do que aqueles com elevado Q.I.. Essencialmente, as
pessoas com elevado Q.E. veem “todo o cenário” e, por isso, são capazes
de evitar 'carroceis emocionais'.
A equação Q.E.
Há cinco componentes básicos da inteligência emocional:
• conhecer as suas emoções
• gerir as suas emoções
• reconhecer as emoções dos outros
• gerir os relacionamentos
• motivar-se a alcançar objetivos
Poderá notar que a palavra “emoção” é o
ponto fulcral em três dos cinco componentes. Se retirar o “e” da palavra
“emoção” obterá “moção”, que está relacionada com motivação (fatores
que ativam, dirigem e sustêm comportamentos dirigidos a um objetivo).
O relacionamento estreito entre o Q.E. e a motivação é a principal razão
por que um Q.I. elevado não garante automaticamente o sucesso. A
motivação, que tem tudo a ver com Q.E., é um componente crucial para o
sucesso e a realização.
Embora a educação tradicional incentive a
melhoria do Q.I., o Q.E. crucial é muitas vezes esquecido. Felizmente,
nunca é demasiado tarde para aprender. Por isso, não importando quais
foram as suas notas na escola, pode tornar-se mais inteligente – e
bem-sucedido – ao concentrar-se no seu Q.E..
Fonte: Revista Saúde e Lar